Semanalmente, a poesia continuará, pelas nossas mesas, à procura de leitores e até, como no ano transacto, coleccionadores que gostam de as levar consigo.
Começamos com Miguel Torga espalhando o amor...
Urgentemente

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor.
É urgente permanecer.
Eugénio de Andrade